terça-feira, março 28, 2006

RESUMO DE UMA REUNIÃO NA EMBAIXADA DE PORTUGAL EM HAIA




No dia 27 de março, pelas 15 horas, realizou-se uma reunião na Embaixada de Portugal, que tinha como agenda, assuntos da comunidade portuguesa; Comemorações do Dia de Portugal; e diversos.
Estavam convidados os presidentes das associações; a presidente da Federação e eu como membro do CCP- Holanda.
Lamentavelmente os presidentes associativos nenhum compareceu por razões várias, mas decerto marcar uma reunião ás 15 horas, num dia semanal certamente não é o mais apropriado para pessoas que trabalham, e dedicam o seu tempo livre ao associativismo.
Enfim, teremos de estar todos á disposição do serviço público, porque esse não está ao serviço das comunidades portuguesas.

Como era eu o único presente, o Senhor Embaixador informou-me acerca da futura campanha do Governo Português, de sensibilização aos candidatos a trabalhadores temporários, ou seja a mesma informação, que já há muito circulou na imprensa das comunidades portuguesas. Até aqui nada de novo.

Sobre o assunto dos trabalhadores temporários portugueses, estiveram as autoridades locais (Embaixador, Cônsul, Ministro Conselheiro e Vice-Cônsul), muito interesse em saber o que se tinha passado no encontro de trabalhadores temporários, realizado em Roterdão no domingo dia 26 ( ou seja no dia anterior).

Lamentei, que constataram os presentes nesse encontro ( onde estiveram mais de uma centena de trabalhadores), a ausência de alguém da Embaixada e ou do Consulado.
Apesar de não terem sido convidados, todos tinham tido conhecimento, da realização do encontro por e-mail enviado á Embaixada e ao Consulado, e foram informados da realização do mesmo encontro durante o jantar com o Senhor Secretário de Estado António Braga, na semana anterior.
Ou seja, se não apareceram foi porque não quiseram ou não entenderam que seria importante. Ainda mais, tive conhecimento que o Senhor SECP designou o Senhor Cônsul para estar presente.

Foquei alguns aspectos que foram denunciados por quase duas dezenas de intervenções e as emoções de muitas, com a testemunha de vários eurodeputados e deputados, e a resposta do Senhor Consul foi de que “aquele encontro para ele não teve qualquer valor, pois as pessoas têm é que ir na Embaixada e no Consulado fazerem esses testemunhos, mas enquanto não o fizerem não têm qualquer valor”.

Esta afirmação me pareceu, de uma afronta e de uma desqualificação daquilo que foi o maior encontro de trabalhadores temporários na Holanda, pois nunca nada disto tinha sido feito. Deslocaram-se á Holanda Eurodeputados e Deputados, e por este responsável do Governo Português, é desqualificado o Encontro.


Pior ainda, quando numa tentativa de intimidação, ao meu comportamento como membro do Conselho das Comunidades é metido em causa, a forma como trabalho na defesa e no levantamento das questões que mais afectam os trabalhadores temporários na Holanda.
Ou seja pela lei terei de colaborar com as autoridades locais, que pretendem determinar sobre o Conselheiro das Comunidades como ele deve actuar, intimidando-o que só as autoridades locais, e só estas, têm que tratar destes assuntos.
A minha resposta foi de que, conscientemente, continuo a fazer o meu trabalho, e de forma que eu entendo estar do lado dos trabalhadores temporários, conforme já fiz em outras lutas da comunidade portuguesa. Continuarei a informar as autoridades portuguesas dos problemas, mas exigo que estas também dêem colaboração prática efectiva aos problemas destes cidadãos.

Infelizmente quando sugeri ao Senhor Cônsul a existência de uma simples linha telefónica de atendimento, e alguém possa atender depois do encerramento ás 14:30 do Consulado, ou eventualmente em caso grave mais tarde. A resposta que recebi é que “o senhor está a dar-me ordens?!” Retorqui que como membro do CCP só dou recomendações e sugestões, esse é o meu papel.

Ou seja, se houver algum trabalhador português que necessite de auxilio, as autoridades locais, ficam á espera dentro da hora de funcionamento normal de atendimento, porque o serviço público assim o obriga.

Ou seja, o papel do Conselheiro da Comunidade, que é muito apreciado pelas autoridades portuguesas, terá a sua valorização se cooperar da forma que elas determinem.

Ou seja, aquilo que a imprensa Holandesa ontem escreveu 3 páginas sobre o assunto dos trabalhadores temporários, não tem valor. Só o jornalistico!

Ou seja, todos os testemunhos na presença de Eurodeputados e Deputados, e o que se passou no encontro de trabalhadores de Roterdão, continuam a ser só alegações.


É assim o serviço público. Bem hajam!


José Xavier
Membro do CCP- Holanda

Haia 28 de Março de 2006

Sobre o encontro de trabalhadores em Roterdão http://josexavier.blogspot.com

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