domingo, julho 16, 2006

Conselho das Comunidades pede defesa do movimento associativo


Lisboa, 03 Jul (Lusa) - O presidente da secção Regional da Europa do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), José Xavier, pediu hoje ao Governo mai s diálogo e a criação de políticas de defesa do movimento associativo.
"É muito importante manter viva a chama do movimento associativo", afirmou hoje à Agência Lusa José Xavier que é também conselheiro na Holanda.

José Xavier falava depois da secção regional do CCP ter estado reunida em Lisboa durante dois dias para debater o tema "O movimento associativo, os luso-descendentes: em que Europa?", Em declarações à Lusa, o responsável mostrou-se muito "céptico" em relação ao futuro das associações.
"As associações não têm apoios ao nível do Governo e só com muito esfor ço conseguem projectar a língua portuguesa e a diversidade cultural. Quando os j ovens não têm sequer um reconhecimento dos seus esforços, sentem-se desmotivados ", acrescentou José Xavier.

Em relação à lei de atribuição de subsídios às associações, o responsável considera que a legislação "cria mais dificuldades ao movimento associativo".
"Quem fez essa lei não conhece a realidade do movimento associativo das comunidades portuguesas. A lei exige a apresentação de projectos, mas a maioria das associações não o faz, porque nem sequer têm planos de actividades", disse.

De acordo com o presidente da secção Regional da Europa do CCP, muitas associações têm um carácter recreativo para além da divulgação da cultura e do folclore.
Segundo José Xavier, existem na Europa mais de 1.200 associações.

Durante os dois dias de reuniões, os conselheiros fizeram ainda um balanço do trabalho desenvolvido pela secção Regional da Europa do CCP com críticas às poucas vezes que foram consultados pelo Governo.
"Há uma grande frustração pelo trabalho que temos desenvolvido e pelas respostas e consultas do Governo, que são zero", afirmou.
As questões da reestruturação consular e do ensino do português no estrangeiro foram apontadas pelo conselheiro como exemplo do "trabalho desenvolvido" que não teve "frutos".
"Não se vê nada de novo em relação ao ensino do português no estrangeiro, que se vai agravando cada vez mais. O Governo, mais uma vez, tomou uma série de medidas, mas não consultou o CCP", disse José Xavier.

"Tudo isto vai frustrando e desanimando os conselheiros que já fizeram saber que pretendem continuar a trabalhar nestas questões, mas a um nível local" , acrescentou.
O Conselho das Comunidades Portuguesas é um órgão de consulta do Govern o para as questões da emigração, composto por 96 elementos espalhados pelo mundo e dividido em secções locais e regionais.

MCL.
Lusa/Fim

1 comentário:

Anónimo disse...

artigo + comentário da diáspora:

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1264570&action=3#options