sábado, janeiro 15, 2005

UMA CARTA DO PARTIDO SOCIALISTA ÁS ASSOCIACOES

Do PS vem uma carta ao Movimento Associativo.

Que óptimo, os dirigentes do PS na área da emigração lembraram-se do movimento associativo, no período eleitoral.
Estamos em plena campanha eleitoral. Sim porque para as comunidades portuguesas a campanha eleitoral é de forma diferente no tempo, porque se teremos que votar antecipadamente, teremos também de ter só o cheirinho da pré-campanha. Quando a campanha eleitoral propriamente dita começa em Portugal, o nosso voto já está no envelope, a caminho de Portugal.

Sendo estes assuntos de campanha e pré-campanha eleitoral, nas comunidades portuguesas, bons temas, assim como o processo de votação e o recenseamento eleitoral, teremos que brevemente encarar este debate, de uma forma frontal e de tratamento sério, por isso deixo-o para outra oportunidade.

Vamos lá á carta dos dirigentes do PS ao movimento associativo. Coloco aqui uma questão. Será que os dirigentes do PS querem mesmo interessar-se pelo movimento associativo nas comunidades portuguesas, ou será que esta foi uma forma de nos ” tapar o sol com a peneira”, só em período de campanha eleitoral e demonstrar, a quem tem andado distraído, daquilo que tem sido feito nesta área.
Depois das eleições legislativas do dia 20 de fevereiro, quando esse movimento associativo necessitar de apoios, começam-nos logo por apontar um magro orçamento, para os apoios e incentivos que ele necessita.

A história de mais de 20 anos de responsabilidades na área das comunidades portuguesas, tanto o PS como o PSD, sempre apresentaram umas “sobras de migalhas” para os apoios ao movimento associativo.
Nunca se sabe muito bem quais os critérios que são definidos para a obtenção de tais subsídios e apoios, sendo depois publicado em diário da república, que nem todos tem acesso, e vemos que a lista desses fracos apoios são atribuídos a associações e actividades que poderemos colocar interrogações.

Em resumo, tem de haver mais clareza, naquilo que é pretendido com o movimento associativo nas comunidades portuguesas.

Não á demagogia. Não aos “projectos” no seio do movimento associativo, que depois serve é de palanque aos Secretários de Estado em justificar “visitas de trabalho”.

Ainda outro aspecto, muito importante, que acho dessa carta ao movimento associativo. Porquê a mesma carta, já agora, não foi também enviada aos membros do Conselho das Comunidades, que decerto conhecem muitas das situações, anseios e problemas das nossas associações.
Talvez os membros do CCP sejam já considerados pouco credíveis como órgão de consulta ás políticas que os dirigentes do PS, começam a desenhar para as comunidades portuguesas.

Vamos ver como vão ser tratadas as “chorudas” verbas do FRI ( Fundo da Robalheira Interna) . Não nos poderemos esquecer que milhares de euros, deste Fundo são geradas com os elevados emolumentos consulares, e depois canalizados para Fundações e organismos que não tem nada a haver com as comunidades portuguesas.

Será que vai haver vontade política para acabar com esta vergonha? E depois canalizar estas verbas para as comunidades portuguesas, que decerto ficariam orgulhosas e apresentariam uma boa imagem de Portugal no mundo.

Mais do mesmo BASTA!!!!!

José Xavier
Haia 13-12-2005

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