segunda-feira, janeiro 24, 2011

De abstenção a abstenção elege-se um PR.

Grande taxa de abstenção nas votações nas Comunidades Portuguesas. Não é novidade, é sempre a mesma rotina de cada acto eleitoral. Os partidos políticos abstêm-se de qualquer responsabilidade na abstenção que existiu, e responsabilizam sim os cidadãos de não votarem. Os políticos esquecem-se é que com as baixas qualidades de campanhas, como esta que ocurreu nas duas últimas semanas, certamente contibuiram e muito para a elevada abstenção.

Nas Comunidades Portuguesas, esta habitual e rotineira abstenção, não se deve só à baixa qualidade do tipo de campanha, mas o todo um universo de problema com que se depreendem o sistema eleitoral português e o próprio receseamento eleitoral.

Tudo isto tem sido, sistemáticamente relembrado pelos òrgãos das comunidades portuguesas, e pela imprensa das comunidades. Os políticos, e em especial os que representam as comunidades portuguesas, lembram-se das questões e das recomendações, só a pouco tempo da realização dos actos eleitorais, e depeois lá vêm umas emendas à lei eleitoral nas comunidades, mas nunca é para melhor, e estes remendos não trazem algo de novo significativo à participação das comunidades portuguesas nos actos eleitorais.

Cada partido, achega-se ao seu próprio interesse, e depois joga se a lei a emendar poderá ser a seu favor ou não. Desde o método de votação, até ao receseamento, de tudo serve para « o jogo » dos interesses ter ou não uma modificação clara aos serviço das comunidades portuguesas.

Já há vários anos, que andamos a falar no mesmo, e « não passamos da cepa torta ». Eu mesmo já participei em discussões dentro de òrgãos que pertenci e publicamente já afirmei muitas destas coisas, inclusivamente fazer-mos ou aprender-mos com outras nacionalidades, que têm comunidades espalhadas pelo mundo e que os seus cidadãos participam de forma activa nas eleições. Veja-se o tipo de recenseamento elitoral dos Espanhois, conforme já apresentei tantas vezes.

Não sei do que têm medo os políticos portuguesas, de forma que haja melhorias consideráveis no recenseamento eleitoral ou de modificar o sistema eleitoral nas Comunidades Portuguesas.

A nível de uma campanha para a participação cívica nas eleições nas comunidades portuguesas, não é feito nada. Ficam-se por um cartazes nas associações e consulados, de resto mais nada. Será que só existem portugueses que vão às associações ? Então e todos os outros ( a maioria) que não se desloca às associações ? Nas televisões, só existe ( se existiu) informação na RTPi ? Então e nos outros canais de televisão, onde muita gente já está ligada ? Não existe algum « iluminado acessor » na Secreataria de Estado das Comunidades, que tenha conhecimento destas novas realidades ?

Agora daqui a 5 anos cá estarão de novo os políticos a darem mais uns toques na lei eleitoral, e tudo continuará na mesma !!

Viva Portugal.