quinta-feira, dezembro 22, 2005

Do ensino virtual, á virtualidade do ensino

O Governo Português lançou recentemente um sitio na Internet, para a o ensino da língua e cultura portuguesa, e poderemos aplaudir, esta iniciativa.
Apesar dos objectivos não estarem claramente definidos, parece que o Governo Português empolga-se nesta iniciativa e deixa descorada todas as outras, que tradicional conhecemos.

Concretamente na Holanda, país onde vivemos, a situação é um pouco confusa, dado que é difícil de ter-mos uma rede que complemente toda a área onde existem maiores concentrações de portugueses. O exemplo mais recente vem de Hoofdorp, que não tem a possibilidade de momento de ter um(a) professor(a) para ensinar a língua portuguesa, para cerca de 20 crianças, apesar dos pais se terem organizado recentemente, na defesa desse interesse.

Vamos lá por partes. Existe um artigo na Constituição da República Portuguesa, que dá a todos os portugueses o direito ao ensino da língua portuguesa, e ainda existe uma “lei de bases do ensino” que se compromete e determina as formas e orgânicas, com o ensino de português nas comunidades portuguesas.
Neste sentido teremos o caso de Hoofdorp, como um exemplo de um grupo de jovens que de momento estarão fora destes direitos básicos da Constituição Portuguesa.

Este é um ponto que teremos todos de estar muito alerta no futuro. Os pais terão de continuar organizados de forma a exigirem este direito do ensino á língua e cultura portuguesa. Não poderemos deixar que outros tomem as soluções por nós, e deveremos de investir um pouco do nosso tempo, no interesse futuro dos nossos filhos.

Com esta “nova atitude” do Governo de Portugal, passaremos a ter só o ensino virtual. Isto não nos interessa. O que nos interessa é termos professores que em contacto sistemático com os nossos filhos, dediquem o seu tempo á aprendizagem da nossa língua e da nossa cultura.
O ensino virtual é pura e simplesmente um complemento, que poderá ser aproveitado por todos. Sabemos que as escassas duas ou três horas semanais, não são suficientes para uma total aprendizagem e certamente que a escola virtual é algo de importante, para esse complemento.

Infelizmente e ao contrário do que nos pretendem “vender politicamente”, esta não é uma opção futura.
Desta forma em vez de ter-mos um ensino virtual, teremos é a virtualidade do ensino.

José Xavier
Membro do CCP Holanda

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